segunda-feira, 30 de novembro de 2009


Documentário retrata mulheres que contraíram o HIV dos seus maridos
São Paulo, segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sílvia Almeida, uma das mulheres cuja história é contada em "Positivas", com os filhos


Caio Barreto Briso - da sucursal do Rio
Maria Medianeira pensou ter encontrado o homem de sua vida aos 44 anos. Esperou tanto tempo para ter certeza de que escolheria a pessoa certa. Três meses após o casamento, descobriu que seu marido lhe transmitira o vírus que já matou 25 milhões de pessoas no mundo: o HIV.
A história de Medianeira e as de Ana Paula Silveira, Cida Lemos, Heli Cordeiro, Michelle Caires, Rosária Rodriguez e Silvia Almeida estão no documentário "Positivas", de Susanna Lira, que será lançado hoje -com estreia prevista para o primeiro semestre do próximo ano-, no Rio, na véspera do Dia Mundial de Combate à Aids.
Todas as personagens se tornaram soropositivas dentro do casamento ou em relações estáveis. Elas confiavam nos parceiros e decidiram não usar preservativo.
"A gente acha que o amor imuniza, que Aids é coisa de artista, que não vai acontecer com a gente. Mas acontece", diz Cida Lemos, 54.
Só quando ela começou a perder os cabelos e a emagrecer -ficou 45 quilos abaixo do peso normal- uma médica pediu o exame de HIV. Pela demora e pelo excesso de medicação errada, que enfraqueceu seu sistema imunológico, ela teve um problema na retina e ficou cega.
"O HIV atinge cada vez mais mulheres como as do filme, casadas, comuns", diz a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. No país, em 2008, foram 37 casos de mulheres com Aids por dia, segundo o Ministério da Saúde.
"O preconceito não é coisa do passado. Outras mulheres também quiseram participar, mas de costas e com voz distorcida. Não aceitei, por achar que isso só confirmaria o preconceito", diz Lira.
As sete mulheres de "Positivas" tiveram que reavaliar suas vidas e mudar as atitudes. "Minha família começou a dizer que eu estava com câncer. Não permiti. Quando assumi o HIV, percebi que poderia ajudar outras mulheres", diz Cida Lemos.
Ela não passa um dia sem cantar. Michelle Caires conseguiu emprego como cozinheira em um restaurante. Maria Medianeira criou a ONG Associação Medianeira Ama Vida. Silvia viaja sempre que pode. Ana Paula cuida de plantas. Heli escreve poesias.
No filme, ela cita um poema seu: "Preciso brincar nesta dor, esquecer o que magoa e reescrever a minha história. Se cada pássaro cria seu próprio balé, por que não eu?".

fonte: jornal Folha de São Paulo

5 comentários:

  1. Emocionante!
    Estou assistindo ao Sem Censura e fiquei com muita vontade de assistir ao filme...
    Fortaleza-CE entra no cirucuito?
    :)
    Abraço,
    Juliana

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eu assisti! Fui sem nenhuma pretensão e saí do cinema impactada. Quero indicar para amigos, vai passar em qual cinema do Rio?

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  4. Positivas! Sim, somos positivas, mas não deixamos de ser mulheres, não deixamos de sonhar, de amar e principalmente de querer ser tratada como uma pessoa normal, que somos! Parabéns às minhas queridas amigas que participaram deste filme, parabéns á maravilhosa Susanna Lira que olhou para o nosso mundo positivo com tanto carinho! Que o nosso exemplo sirva para que outras mulheres se cuidem e continuem sendo felizes. E, para aquelas que como nós, já são positivas, acreditem, a vida continua e nós continuamos as mesmas pessoas. Vamos realmente, viver, sem ter a vergonha de ser feliz! Beijos!
    Bia Pacheco - 61 anos - Vivendo com HIV há mais de 12 anos! - Uma avó com aids.

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  5. ainda nao tive a oportunidade de ver este belo filme,mas ja me impressionei e me encantei com a historiA dessa mulheres vencedoras!
    pois ha conheci no jornal do almoco quando estiveram hj dia 20/05/2010, até entao ja tinha ouvido fala delas,mas nao sabia de quem se tratava...estou louco para ver o filme,pois eu tbm tenho HIV, descobri o ano passado no dia do meu aniversario, pois andava meio mau de saude e minha doutora pediu uns exames onde levei para ela e ela constatou que eu tinha HIV,desde entao venho fazendo exames fequentementes e consultando com infect...
    pois ja sofria um enorme preconceito por ser homossexual, e entao quando descobri isso,fiquei simplesmente chocado,mas hoje graças a deus conto com a ajuda de minha mae e me cuido,coisa que hoje faço o dobro...
    um grande abraço para toda equipe deste filme,e principalmente para esssas pessoas mulheres que passaram por esta "barra"pois nao é facil....
    e mta saude para nois..!
    obrigado..!
    wilson S.G.

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